quinta-feira, 24 de março de 2016

Corrida Dia do Pai 2016 - Rescaldo

Depois de uma prova de trail, onde tudo me correu mal, o desafio seguinte foi a Corrida do Dia do Pai, com 10kms a fazer, desta vez na bela cidade do Porto, bem junto à praia. Devido aos acontecimentos recentes, não fui para a prova com objetivos de melhoria de record pessoal à distância. Acima de tudo fui para a prova a pensar em acabar, e se possível divertir-me, pois é a prova em que mais vezes participei, e que muito gosto de fazer.

Semana que antecedeu a prova
Depois das dificuldades por que passei na prova anterior, dei a mim mesmo 3 dias sem correr, a ver se a inflamação diminuia um pouco. Gelo, anti-inflamatórios, foi o que mais fiz nesses dias. Por outro lado, decidi não treinar com as palmilhas, para verificar se o problema vinha delas. E coincidência ou não, nos dois treinos que fiz, não senti problemas de maior no joelho direito, pelo que participar na prova, deixou de ser uma questão. 
Não é normal que umas palmilhas resolvam um problema e causem outro, pelo que irei ver proximamente com a Dra. Joana da TrataPé, se as palmilhas estão a contribuir ou não para os problemas que tenho sentido no joelho direito.
No papel, se nada for feito, o mais certo é as dores do joelho direito passarem, e as do joelho esquerdo voltarem. Por isso, vamos ver se conseguimos arranjar algo que ajude ambos os joelhos.

A prova
A organização falou em 10000 participantes, e sinceramente não posso duvidar. Estava muita gente mesmo, daquelas provas que dá gosto participar pela envolvência do local onde é realizada, misturado com o número de participantes. Muitos atletas, muitas familias a ver. Enfim uma verdadeira festa.

Comparando com a última prova de 10 kms que fiz, duas semanas antes, claramente não me sentia igual. Não só não estava com mesma preparação, como não me sentia tão motivado para atacar esta prova. Além disso sentia-me um pouco mal disposto, indisposição que me afetou bastante a prova.


Deu-se o tiro de partida e tentei seguir a mesma estratégia que apliquei duas semanas antes. Tentar começar forte e depois gerir. Os 4 primeiros kms foram dentro desse registo, mas depois as coisas começaram a piorar. Comecei a ficar mais e mais mal disposto, até que ao km 6, a cabeça cedeu, e baixei meu ritmo ainda mais. Nos últimos 2 kms tentei acelerar, mas como podem constar, desta vez não consegui terminar abaixo dos 40min. 
Terminei na posição 241, com o tempo oficial de 00:41:39, e tempo líquido (o tempo real de prova) de 00:40:53. Não só foi minha melhor prestação na prova, como foi meu segundo melhor tempo de sempre. Não fosse os problemas de indisposição, acredito que fosse possível ficar mais perto dos 40min. Baixar disso, sinceramente, acho que não ia dar.

Quanto aos joelhos, nenhum problema no joelho direito desta vez. Uma dor aqui e ali no joelho esquerdo, mas no geral sem problemas, o que foi bom. Pela primeira vez em muitas semanas não fiquei com dores nem no fim da prova.
Única coisa a chatear foi mesmo a indisposição.

Por fim, só posso deixar (novamente) um reparo aos preços praticados, em todas as provas do género, que são feitas no Porto. Mais de 10€ numa prova de 10 kms apenas, com tantos participantes e certamente sponsors, acho muito exagerado. Oxalá, isto seja revisto no futuro.

Próximo desafio, será novamente um Trail, desta vez 20 kms pela frente, numa das melhores organizações que se pode encontrar. Falo do Trail da Isabelinha.

Aproveito para vos desejar uma Boa Páscoa, boas miniférias e boas corridas se for caso disso.

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segunda-feira, 21 de março de 2016

Fafe Trail Run 2016 - Rescaldo

Uma semana após melhorar minha marca pessoal aos 10 kms, e finalmente acabar a distância, abaixo dos 40min, foi tempo de atacar o primeiro Fafe Trail Run, na distância mais longa colocada à disposição dos participantes, com 26kms, na fantástica zona de Fafe. A semana que precedeu esta prova, correu muito mal, pelo que as expetativas não eram as melhores. O que acabou por se confirmar, com muita coisa a correr mal. Esta foi sem dúvidas, a pior prova/prestação que tive até hoje.

No papel tinha tudo para ser um trail fantástico, mas duro qb. A zona em que decorreu, é sem dúvida das mais belas do pais. É uma paisagem que é um autêntico regalo, que nos faz sentir bem e que nos fascina. Pelo que por ai, prometia.
Estou numa fase em que tenho provas todas as semanas. Se calhar é demais dirão vocês! Podem ter razão. Mas como sei que a partir de Abril, raramente terei um Domingo de manhã livre. A ideia aqui foi no sentido de aproveitar ao máximo. 
No papel este Trail, era o mais difícil, pelo que estava consciente que era uma prova para sobretudo chegar ao fim, mais anda com a semana péssima de treinos que a antecedeu.

Como podem ver pela altimetria, eram 26 kms bem engraçados. Com um desnível de 1000m, e uma altitude máxima de 893m. Destaco o km 13.5 mais ou menos. Olhem para aquela parede. Já falarei como foi ai.

Preparação para a prova
Correu mal. Senti-me mais cansado que o costume. Não consegui talvez recuperar direito do último fim-de-semana. Entrei na semana sem a mesma energia/vontade que tinha tido até então.
Como sabem, no Domingo anterior participei numa corrida de 10kms, e tentei depois de chegar a casa, correr mais 10kms, para manter a forma. Infelizmente o joelho não me deixou fazer mais do que 6kms.
Devido aos problemas que tenho tido, limito meus treinos a três por semana (já com corrida incluida), para tentar dar mais tempo de recuperação. Para o primeiro treino da semana, tinha planeado fazer 60min. Nas últimas semanas, tenho sentido dores na parte exterior do joelho direito. No final de 2015, quando comecei a usar o meu primeiro par de palmilhas feitas à medida do meu pé, comecei a sentir dores na mesma zona do joelho. E agora tenho sentido esse mesmo problema na mesma zona do joelho, fruto de (pelo menos) dois tendões inflamados.
Neste treino, passei os primeiros 35min com dores nessa zona do joelho. Nada insuportável, pelo que dois dias depois tentei fazer novamente um treino ligeiro. Desta vez aguentei pouco mais de 30min, pois as dores aumentaram mais que o normal.

Dei um salto ao fisioterapeuta, fez-se um tratamento, e sai de lá sem dores.

Se estavas assim porque foste correr?
Boa questão! Meu fisio disse-me que tinha dois tendões inflamados, mas que não lhe parecia grave. Que deveria fazer sempre gelo no pós-treino, e para ver como a lesão evoluía. Mas não disse para parar! Quando a vontade correr é muita, por vezes vamos mais pelo que queremos ouvir/acreditar, do que propriamente pela razão, e aqui foi isso mesmo que aconteceu.


Tempo de correr
Não fazem ideia das coisas que correram mal. Para começar esqueci-me do meu relógio em casa. É impressionante a falta que este dispositivo nos faz. 
Depois foi chegar ao local da prova, levantar o dorsal, preparar e ir para o local de partida. A 5min do inicio da prova, ouço o speaker falar na pulseira eletrónica. Tinha-me esquecido completamente de a colocar. Como tinha o carro a mais de 5min de distância, sabia que ia partir atrasado. Acabei pegando a pulseira de um colega que não participou na prova, e que estava num carro bem mais perto do local de partida. Mesmo assim, partir com cerca de 1min de atraso.

Nos primeiros minutos, tive duas sensações bem diferentes. Dos joelhos senti-me óptimo. Sem qualquer tipo de dor. Não imaginam a sensação boa que foi sentir isso. Por outro lado, senti claramente o pouco tempo de treino que tive na semana passada. Sensações péssimas. Pulsação anormalmente alta, cansaço, sem energia. 
Com isto tudo fui com muita calma. Deixei passar o tempo, pois sabia que com os kms o corpo ia estabilizar, e ia sentir-me um pouco melhor.

Para além das questões com relógio e da pulseira, tive mais um problema, desta vez com o camel bag, que estava furado. Um furo muito pequeno, que só consegui aperceber-me de onde vinha, já na zona de reforço principal.

Mas pior que isto tudo foi mesmo o joelho direito. Mais ou menos ao km 5 comecei a sentir alguma dores lá, nada de anormal. Mas, ao contrário do que era costume, a dor foi aumentando, até que entrei num "jogo" que me vez voltar um ano atrás no tempo. Com a dor aumentar, comecei aos poucos a entrar numa onda de parar de correr, caminhar, voltar a correr e assim sucessivamente. Com o tempo passou a ser mais o tempo a pé do que o tempo a correr. 
Deixei de subir ou descer a correr (era onde as dores aumentavam), tentei correr em cima do terreno mais mole, mas nada ajudava. As dores de 0 a 10 eram um 3, quando muito um 4, mas sabia que se continuasse a correr, as dores iam aumentar, pelo que tentei gerir até onde pude.
A segunda metade da prova, foi mais uma caminhada que outra coisa qualquer, pois cheguei a um ponto que desisti mesmo de continuar a tentar correr, e fiz quase tudo a pé. Resultado, quase 04:40:00 para 26.9kms.

Além de todos os problemas que tive, também meu calçado cedeu.

 

Com este problema a manifestar-se constantemente, semana após semana, só podiam acontecer duas coisas. Ou melhorava ou piorava. E claramente piorou, pelo que o desfecho não pode surpreender.
Segundo o fisio, este tipo de lesão não se manifesta sempre na mesma altura. Pode no inicio, durante ou fim da corrida. Pode ser de pé, ou sentado. Nada é certo.

Foi uma frustração grande, ver os colegas a passar, e não poder fazer o mesmo que eles. Não poder desfrutar da prova em si, e sobretudo não poder fazer algo que me dá muito prazer. Resta ter paciência, afinal as lesões fazem parte disto.

O mais engraçado é que poucas horas depois da prova, já não sentia qualquer dor. Fiz gelo, anti-inflamatórios, etc e como das outras vezes, a dor desaparece. Só se manifesta mesmo durante a corrida.

Uma coisa é certa, não vou sujeitar-me ao mesmo que sujeitei há um ano atrás. Vou continuar com os anti-inflamatórios, exercícios de reforço muscular. Tentar aumentar a flexibilidade da banda iliotibial, e dar tempo ao tempo.
Irei tentar seguir com os meus treinos, mas se vir que me acontece o mesmo, paro o treino de imediato, e nada de corridas.

E a prova em si que tal?
Tratou-se de uma estreia, que há muito já devia ter acontecido. Teve claramente pontos positivos e pontos negativos.
Como pontos positivos, destaco a simpatia do staff. E no que toca a essa simpatia, não me lembro de outra prova onde tenha sido tão boa. Pessoas extremamente prestáveis, a dar muita força e apoio a todos. Sempre dispostas a ajudar.
Em segundo lugar, destaco o percurso. Não senti problemas de marcações de qualquer espécie, o que é de realçar para uma primeira vez.
Em terceiro lugar, tenho que falar do cenário. Paisagem fabulosa, terrenos planos, inclinados, lama, pedra, lagoas. Tinha de tudo um pouco. Tenho muita pena de ter tido todos os problemas que tive, pois não me permitiram desfrutar da prova como ela merece.
Em quarto lugar tenho que falar daquela parede perto do km 14. Se algum atleta conseguir fazer aquela parede a correr, digo-vos já que estamos na presença de um super atleta. Foram precisos vários minutos para chegar ao topo.

Próxima semana tenho uma corrida de 10kms para fazer. Se a vou fazer ou não, dependerá da semana que o precede. Que vou fazer de diferente? Um teste de despistagem. Correr sem as palmilhas a ver no que dá.

Boas corridas.
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segunda-feira, 14 de março de 2016

Corrida Marginal Póvoa de Varzim 2016 - Rescaldo

Andei a adiar este rescaldo, a ver se aparecia a Pen ANT+ do meu Garmin, que a minha gata fez o favor de me esconder lá em casa. Como não apareceu, não deu para esperar mais e aqui estámos para mais um rescaldo. Após melhorar minha marca pessoal aos 21kms, foi tempo de atacar outro objetivo pessoal. Não só melhorar meu record pessoal aos 10 kms, como tentar baixar dos 40min. Vamos ver se consegui.


Fiz algumas asneiras na preparação desta prova. Dois dias antes, numa jantarada com amigos, abusei no que comi, e mesmo durante a prova, senti a "carga extra" que tinha no meu corpo. É daquelas coisas que já devia saber melhor, mas pronto, espero não repetir.

Mudança de estratégia
Ultimamente a minha estratégia, tem sido começar com calma e acabar forte. Mas desta vez, acabei mudando radicalmente. Em conversa com meu primo, um praticante de Triatlo, a valer 35min aos 10 kms, a dica dele foi diferente. Começas de gás.. 2 a 3 kms abaixo dos 04:00, para te afastares da confusão. Depois geres a prova pelo relógio.

Como disse anteriormente, cometi a asneira de abusar num jantar com amigos, e posso-vos dizer que a nível de sensações, tive uma prova bem mais díficil comparando com a Meia Maratona, uma semana antes. Senti sempre aquela "carga extra" no estomâgo, e digo-vos, não foi uma sensação nada agradável. Burrice minha mesmo!
Como ainda não pude passar dados da prova do meu Garmin, para o meu PC, terei que ir pelo que me lembro. Comecei a prova, exatamente como meu primo me recomendou. Fiz os primeiros kms abaixo do 04:00, e depois procurei gerir até ao km 8, de modo a poder atacar nos 2 kms finais, se me sentisse capaz de o fazer.
Como era uma prova de menor expressão, não tinha tantos atletas abaixo dos 40min como noutras, pelo que a partir de uma certa altura, poucas pessoas tinha à minha frente.
Os kms seguintes, andei sempre a rondar os 04:00. Um ou outro com um ritmo acima disso, mas com o decorrer da prova, ia com a sensação que de ia ser desta, que ia acabar abaido dos 40 min. Pouco depois do km 6, passo um atleta que a partir desse momento, veio à minha boleia até ao fim. Como disse eram poucos atletas de topo, pelo que à nossa frente já não viamos ninguém, pelo que este atleta fez bem em vir comigo. Afinal eu faço o mesmo sempre que posso.  
Um pouco mais à frente apanho outro atleta, já de maior idade, com muitos kms nas pernas certamente. Como ia num ritmo semelhante ao meu, optei por ir com ele, e acabamos correndo lado a lado durante  algum tempo.

O momento em que me senti verdadeiramente um corredor
Não sei se é isto que os corredores de topo sentem, mas se for, digo-vos! Que sensação brutal! Estava eu mais os outros dois corredores, sempre ali juntos, quando ao km 8 eu decido atacar! Não para tentar acabar à frente deles, mas para conseguir sacar segundos de modo a conseguir acabar abaixo dos 40min. Ataquei e fiquei sem saber se os tinha deixado para trás. Perto da meta, um dos corredores que já tinha terminado a prova, voltou para trás, e começou a dar força a quem vinha. E foi ai que percebi, que os dois corredores ainda estavam. 
Vai com ele.. não o deixes fugir.. usa a adrenalina.. isso é lindo!!!
Acabado de ser ultrapassado já no sprint final
Foi mais ou menos isto que esse corredor que nos estava a incentivar disse a quem vinha atrás de mim. Durante cerca de 2kms viemos os três juntos, e depois na parte final continuamos em fila, a um ritmo bem forte. E este cenário, mais as palavras de incentivo que ouvi (embora não fossem dirigidas a mim), fez-me sentir um corredor! E digo-vos, foi uma sensação extraordinária, soube mesmo bem aquela adrenalina. 
No final, fui passado pelo corredor mais idoso, mas digo-vos. Não fiquei minimamente chateado com isso, até porque ainda tinha corrida pela frente.

A prova tinha apenas 8.9kms de extensão, o que iria impedir-me de conseguir fazer os 10kms seguidos. Cheguei à meta, pausei o relógio, e 10s depois voltei à minha corrida, até fazer os 10kms.

O tempo final foi de 39:32:04. Consegui retirar cerca de 01:43:00 ao meu melhor registo até então. Tenho pena de não terem sido 10kms seguidos, dentro da prova, mas nada me tira isto. O tempo final foi melhor que as sensações durante a prova, mas posso riscar este objetivo da lista. Foi um bom dia.
No que toca à prova em si, segundo a organização, conclui os 8.9 kms do percurso em 35:42:34, ficando em 9 dentro da minha classe, e à volta de Top 50 no que toca aos homens, Foi um bom dia de trabalho.

Organização
Como sempre deixo um espaço para falar sobre a organização. Creio que foi a primeira prova que organizaram, e apesar da simpatia houve muitas falhas, a começar no percurso que não tinha os 10kms. Coisa fácil de resolver a meu ver, e acabar no facto de não haver nem uma peça de fruta para os atletas. Unica coisa que tivemos, durante e o fim da prova, foi a água.
Seja como for, tenho a certeza que vão aprender e melhorar em futuras edições.

Espaço para preocupações
Como sabem tenho tido problemas, agora no joelho direito. Tenho pelo menos 2 tendões inflamados, na parte exterior do joelho. Por norma, começo a sentir dores após as provas, à medida que vou esfriando. 
Como uma semana depois desta prova, tinha um trail de 26kms, ao chegar a casa, fui buscar as Asics Gel Nimbus 17, e fui correr mais 10kms. Infelizmente durei pouco mais de 6kms, pois o joelho começou a doer na parte de fora, e optei por não arriscar, terminando ali o treino.
Espero que isto não piore ao ponto de me obrigar a nova paragem.

Boas corridas
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sexta-feira, 4 de março de 2016

As corridas ganham-se nos treinos

Para quem pratica desporto com objetivos pessoais. Mais que não seja o clássico "querer correr mais longe e mais rápido", sabe que nada se consegue sem trabalho, sacrificio e preseverança. Nossa motivação oscila ao longo do ano, por diversos motivos. Dai ser importante descobrir novas maneiras de a manter em alta.

Eu gosto muito de olhar para casos reais, de alguém que consegue sempre grandes resultados, mas à custa de muito trabalho invisível, aquele trabalho que ninguém vá, mas que faça chuva ou sol, o atleta está lá, a dar o litro. Mas alguém que não deixa de partilhar connosco, parte desse trabalho invisível.

Sou um fã acérrimo do ciclismo, e desta vez vou transcrever um post do ex ciclista, e vencedor de uma Volta a Portugal em bicicleta, o Vitor Gamito. Um dos melhores ciclistas portugueses de sempre, que aos 45 anos ainda dá cartas no BTT, a malta bem mais nova que ele.
Leiam esta post do Vitor, e diga-me se não vos dá motivação extra! Toca a treinar em prol dos vossos objetivos! Os objetivos atingem-se nos treinos, as corridas são só uma formalidade!

Esta imagem é dedicada a todos os que dizem que ganho as corridas de forma fácil.
O "problema" é que quando chego a uma maratona e ganho de forma ...fácil, com 4 ou 5 ou por vezes mais minutos de vantagem, quase ninguém se apercebe do caminho que percorri até esse dia!

Uma competição não se vence no dia da competição!
Uma competição vence-se...
... dias antes, semanas antes, meses antes.
... depois de um dia de trabalho, em que chegamos a casa com vontade de comer alguma coisa e ficarmos sossegados no sofá ou então ir logo para a cama, porque no dia seguinte é de novo dia de trabalho, mas em vez disso, ganhamos coragem, comemos qualquer coisa ligeira, vestimos o equipamento e vamos para cima da bike, fazer figurinhas como as da imagem.
... quando durante um treino, as pernas dizem: "não podemos mais!" mas a cabeça contraria e diz: "Nem pensem!"
...quando durante um treino nos apetece chorar, gritar, cair para o lado e desfalecer, mas pensamos que é só mais um pouco e continuamos.
...quando nos dói as pernas ... os braços ... os dentes ...as entranhas ...mas aguentamos, porque essa dor é passageira.
...quando os adversários não treinam porque faz frio, ou chove, ou é de noite, e nós aproveitamos esse mesmo dia para treinar.
...quando ainda estamos todos doridos de uma competição, e já estamos a treinar forte para a próxima, suportando as dores musculares acumuladas.
...quando damos tudo o que temos, e em seguida damos um pouco mais.
... quando conseguimos cumprir um treino no limite das nossas capacidades e no final soltamos um grito de vitória: "Yesss!! Hoje eu consegui! Amanhã há mais!"
E mesmo se depois de tudo isto não conseguirmos vencer, ficamos de consciência tranquila, porque demos o nosso melhor
HOJE EU CONSEGUI! Amanhã há mais! 
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Unboxing Asics Gel Nimbus 17

Andava há algum tempo a namorar a ideia de comprar umas sapatilhas para distâncias mais longas. Umas sapatilhas que oferecessem grande conforto e amortecimento. Apesar de não faltarem opções de outras marcas, para este fim eu só tinha uma marca em mente! A japonesa Asics. Inicialmente estava mais virado para as Kayano, mas acabei comprando as Asics Gel Nimbus 17, por duas razões em particular.


Por vezes, os lideres de mercado estão presos ao sucesso que têm. Não podem arriscar mudanças radicais, sob pena de perderem essa liderança, pelo que acabam indo pelo caminho que lhes permitiu chegar a essa liderança. Como analogia, posso pegar em dois exemplos do mercado automóvel. 
O BMW Série 1 e o Mini Cooper. O BMW Série 1, foi lider de mercado durante anos e anos, pelo que quando foi tempo de lançar uma segunda versão, a BMW foi muito conservadora. Melhorou tudo, mas a imagem geral do carro manteve-se muito semelhante. Já a Mercedes, optou por algo diferente e arrojado. Resultado, as vendas da Mercedes subiram em flecha e a BMW perdeu cota de mercado. Mesma coisa com a Mini, que manteve seu modelo inalterado por 10 anos.

Tudo isto para dizer o quê? A Asics é uma das marcas mais conceituadas do mercado, e a tecnologia GEL que usam, tem anos e anos. A concorrência vem apresentando soluções diferentes (penso logo na Adidas com a tecnologia Boost), e nós, clientes, nunca tivemos tanto por onde escolher.
E esta postura de manter o design e tecnologia nos seus modelos, só os poderá levar até certo ponto, pelo que será interessante ver o que a Asics vai fazer nos próximos anos.

Razão para a compra deste modelo
Como disse na introdução deste artigo, comprei este modelo por três razões:

1. Apanhei uma boa promoção
2. Foram consideradas as melhores sapatilhas de estrada de 2015, melhores inclusivé que a minha primeira opção, as Kayano.

Sendo pronador avançado, minha primeira opção teria que ser as Kayano. Mas como globalmente as Nimbus são tidas como melhores que as Kayano, a promoção que apanhei, e o facto de agora ter umas palmilhas específicas para o meu pé, fez-me optar pelas Nimbus.

Quer as Nimbus, quer as Kayano são tidas por alguns, como as Rolls-Royce das sapatilhas. São sapatilhas que nos permitem fazer distâncias bem longas, com máximo conforto e amortecimento. Certamente perdem noutras questões, mas se o que procuram (como eu procurei aqui) sapatilhas com estas características, dificilmente encontram melhor noutras marcas.


Vamos lá olhar para estas Nimbus
Olhando para elas, não há qualquer duvida que são Asics. O design, o GEL visivel na sola, a qualidade de construção. Tudo isto grita Asics! E no que toca a GEL, duvido que aja outro modelo na histórica da Asics, que tenha tanto. O que indicia uma coisa! Amortecimento e conforto, é algo que não vai faltar. 
Visto que comprei estas Nimbus, poderá parecer suspeito, mas acho-as lindas!! Gosto mesmo do look delas.


Pegando nas sapatilhas, não são tão pesadas como seria de esperar. Com um peso anunciado de 306gr, podemos dizer que é uma sapatilha leve, tendo em conta os objetivos a que se propõe.
A nível de drop, parece ter o tamanho standard, nem muito alto, nem muito baixo, com cerca de 10mm, certamente pensada para permitir ao corredor, fazer longas distâncias sem stresses de qualquer espécie. Estou curioso para saber se este drop, aliado às palmilhas que tenho, me vão fazer sentir mais alto ao ponto de me incomodar.

No que toca às palmilhas, parecem ser um pouco mais espessas que o normal. Nada que se compare a umas palmilhas feitas à medida do vosso pé é certo, mas mais espessas que o normal sem duvida.

No que toca ao GEL, como já disse, está em todo o lado. Não só na parte de trás da sola, mas também na parte da frente, o que indicia mais uma vez muito amortecimento e conforto.

Nota-se que é uma sapatilha muito trabalhada, com vários pormenores interessantes e que a distinguem bastante das Nimbus 16 na minha opinião. O facto de ter perdido quase 20gr de peso é um bom indicador das mudanças operadas de um modelo para o outro. Muitas vezes, poucas alterações há de um modelo para o outro, mas não me parece ser o caso da transição das Gel Nimbus 16 para as 17. 

Confesso que estou ansioso por ver o que vou sentir com estas Asics. Tenho expetativas altas, e isso pode ser perigoso. Mas nada como começar a usá-las e ver o que se sente.
Pare verem que não estou a exagerar nas minhas expetativas,  recomendei este mesmo modelo a duas amigas. Uma delas já as tem há algumas semanas e está farta de me agradecer pela recomendação que dei. A outra.. primeiro comentário foi "ai são tão giras!!! Obrigada!!!" eheh.. Estou para ver o que vai achar delas, após as usar.

Fiquem atentos à review que irei fazer.
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terça-feira, 1 de março de 2016

Meia-Maratona de Braga 2016 - Rescaldo

Uma semana após um trail longo e dificil de 29kms, o desafio seguinte, foi num cenário bem diferente, totalmente em asfalto, na Meia Maratona de Braga. Sem objetivos ou perspetivas de records pessoais, o ínicio de prova foi bastante cauteloso. Já a recta final foi deveras surpreendente, culminando num inesperado, mas saboroso record pessoal na Meia Maratona.

O dia seguinte ao Trail da Franqueira, foi "interessante". De manhã sentia-me como se tivesse saído de um combate. Doía-me o corpo todo, sobretudo o joelho direito (a tal lesão conhecida por joelho do corredor). Mas para surpresa minha, a meio do dia as dores diminuíram.
Nesta fase, em que encaro cada treino e cada corrida quase como se fosse a última, sem expetativas de maior, estou a correr três vezes por semana (corridas incluídas). A semana anterior a esta prova, não foi exceção.
Meu segundo treino da semana, foram séries mais uma vez, 5 x 1000m, onde me senti bem. Consegui fazê-las sempre por volta dos 04:00, o que foi agradável de vivenciar.

Game plan para a prova
Chegou então o dia da prova. Estava uma manhã fria, com chuva intermitente nos últimos dias, pelo que optei por ir bem agasalhado para a prova. Fiz um aquecimento de 20min, e lá fui para o meio do poletão B, onde estavam os atletas com o objetivo de fazer a prova entre 01h30 e 01h50.
Sendo uma prova realizada na minha cidade, tinha o privilégio de conhecer bem o percurso, pelo que delineei uma estratégia que no meu entender, ia permitir-me acabar bem.
Minha última Meia Maratona tinha sido já em 2014, pelo que estava cético e receoso. Tinha receio do que 21kms a correr em asfalto, pudessem fazer aos meus joelhos. Pelo que a minha estratégia foi simples. Começar com calma, sem grandes esforços, e se as sensações fosse boas, puxar mais na parte final.

Tiro de partida
Sendo a primeira Meia-Maratona de Braga, foi bom ver tanta gente à partida. Consta que entre a Meia-Maratona e a caminhada, estavam 4.000 pessoas, o que numa cidade que até à poucos anos não tinha qualquer tradição em provas deste género, é bom de ver.
Conhecendo bem o percurso, sabia que a parte mais difícil estava na primeira metade. Deram o tiro de partida, e comecei a prova com calma, sem forçar. Por vezes dava por mim a acelerar, mas medroso, optava logo por acalmar a coisa.
 
Por volta dos 11kms, o percurso dava meia volta. Chegávamos a uma rotunda, e voltávamos para trás. Esse rotunda estava na zona de maior elevação de toda a prova, e que apanhou algunsatletas desprevenidos. Estamos a falar de um longo stint de 11kms, em que por norma está-se sempre a ganhar elevação. É um aumento lento, mas gradual. E este aumento, tem a particularidade de atingir seu pico, ao chegar a essa rotunda, ao km 11. 
Apesar de no gráfico seguinte, parecer que não é nada de especial, a verdade é que é uma subida que mói. Após a prova e em conversa com atletas que não conheciam o percurso, foi unânime a surpresa e critica de alguns, em relação ao perfil dessa parte do percurso. Por outro lado, também já conversar várias vezes com corredores e ciclistas, e todos dizem o mesmo. Algo ali existe, que puxa mais por nós do que era esperado.
Este gráfico ilustra na perfeição, a execução da estratégia que delineei. Assim que atinjo o ponto de maior elevação da prova, o meu ritmo melhora, e assim se mantém até ao final.

Ao chegar ao km11, e conhecedor das características dessa subida, optei por a fazer sem forçar nada. Depois dou  a meia volta, e como planeado, acelereo meu ritmo. Sabia que nos kms seguintes, o percurso era quase sempre a descer, ideal para ganhar e manter um ritmo mais forte. 
E assim o fiz! O primeiro km após essa rotunda fiz em 04:01. E ao ver esse tempo no relógio, tive de tomar uma decisão rápida. Tento manter este ritmo e ver até onde vai, ou jogo pelo seguro e abrando um pouco. Optei por me manter nesse ritmo. E para surpresa minha, consegui manter o ritmo até ao final. Com esforço é certo (sobretudo na parte final), mas sempre entre os 03:50 e 04:13. Recuperei muitos lugares nessa fase! Senti prazer! Não por estar a galgar lugares à geral (isso não nos diz nada),  mas por estar a correr a um ritmo bom e a conseguir manter-me nesse mesmo ritmo.


Terminei a prova com o tempo (no meu relógio) de 01:33:57. Pela organização, tive um tempo líquido de 01:33:54. Meu record pessoal nesta distância, foi obtido na Meia Maratona do Porto em 2014, com o tempo de 01:37:35, pelo que retirei quase 3 min ao meu melhor tempo, o que  foi uma  boa surpresa!

Análise à minha prestação
Como já disse, comecei a prova receoso. A treinar três vezes por semana, e sem treinar para ritmos fortes, não contava conseguir manter um ritmo elevado por muito tempo. Por outro lado, havia o receio de recaídas ao nível de lesões, até porque já não corria 21kms em asfalto há mais de ano e meio. Pelo que parti sem expetativas e cauteloso.

Fiz os primeiros 11kms, em 00:51:47, o que dava um ritmo médio de 04:47. Se fizesse a distância toda, a este ritmo, teria terminado a prova em 01:41:53.
Por outro lado, os últimos 10kms, fi-los em 00:42:10, a um ritmo médio de 04:13. Se fizesse a distância toda a este ritmo, teria feito a prova em 01:29:49.

Neste momento, seria impossível conseguir fazer  21kms, ao ritmo de 04:13, mas analisando minha prestação e sobretudo minhas sensações, acredito que fosse possível fazer um pouco melhor, quem sabe acabar na casa da 01:32:00.
Seja como for, o que importa é ter chegado ao fim em bom plano, e saber que a estratégia de começar lento e acabar forte, está a resultar. Para o futuro se conseguir reduzir o gap entre ambas as fases, melhor.

 

Muda alguma coisa para o meu futuro imediato?
A nível de experiência sim, a nível de objetivos não. Vou continuar com a mesma postura, de levar isto treino a treino, corrida a corrida e ver até onde consigo ir.
Sabe bem poder fazer as coisas que queremos, com maior ou menor dificuldade. Não há treino/corrida, que não sinta dores, e não há corrida que não fique com dores num dos joelhos. Felizmente, tem dado para recuperar rapidamente, mas com os kms e o desgaste, pode nao ser assim, pelo que prefiro continuar assim.

Que vem a seguir?
Já no próximo fim de semana, terei novo desafio. Mais uma prova de estrada, com a distância de 10 kms. Sei que é um contrasenso face ao que escrevi no parágrafo anterior, mas por ser uma distância curta, se tiver boas sensações, vou tentar melhorar meu record pessoal, à distância. 
Em 2015, a maioria dos problemas que tive, surgiam sobretudo a partir dos 10kms, e este ano, as dores, ou tensão muscular que sinto com o desenrolar das provas, costumam aparecer a partir dessa distância, pelo que acredito ter aqui uma pequena margem. Se o corpo deixar, vou tentar claro.

Boas corridas.
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